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Desde 1968 o mineiro Sebastião Nunes escreve, ilustra, diagrama, produz e distribui seus livros. Poesia, prosa, ensaios. Desenhos, fotos, colagens, gravuras antigas. Misturadas ou isoladas, intactas ou avacalhadas. Incansável, dispara sua verve crítica contra a mediocridade da classe média, o pedantismo da autoproclamado elite cultural, a pobreza intelectual e a padronização de comportamentos ou ideias.

Sem se prender a regras, foi da mais absoluta desconstrução do objeto livro a formatos ultratradicionais. Da quase total predominância da imagem a textos puros. Da extrema erudição aos mais escancarados palavrıes. Nenhuma das grandes editoras para as quais enviou originais aceitou publicá-lo — rendendo passagens hilárias, que ele costuma contar em entrevistas. Recusou-se a participar de eventos literários badalados. Recusou-se a ceder um milímetro que fosse de sua liberdade. A abrir mão de suas convicções. Só se desviou de seu caminho quando quis, para abrir novos. Estar diante dos livros de Sebastião Nunes é admirar a obra de um criador radical como poucos.

ficha técnica 48 páginas //17 x 24 cm // offset 150 g/m2 // luva impressa em serigrafia, 3 x 0, sobre papel Color Plus Fidji // 2018 // tiragem de 1000 unidades

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Abaixo, sete obras de Sebastião mostradas no livro

serenata em b menor

1979  20 x 22 cm // folheto com duas dobras

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Sobre fotos de um corpo jogado na rua, Sebastião compõe um poema carregado de forte crítica social.

"As fotos são minhas, inclusive a revelação. Eu morava então em Sereno e tinha um laboratório P&B em casa. Varava madrugadas lá dentro. E o "defunto" era só um bêbado escornado."

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somos todos assassinos

1980  20,5 x 27 cm // 80 páginas

Narrativa construída por meio da sequência de fictícios anúncios publicitários, o livro é sua primeira obra em prosa. Sebastião fez da publicidade seu ganha pão desde os anos 1960 até 1995, quando, após diversas idas e vindas, abandona de vez a atividade. "Sem dúvida, fui muito influenciado pela minha experiência publicitária, profissão que sempre detestei, pela sua absoluta mediocridade." O olhar corrosivo que lança sobre a futilidade e escrotidão do universo da propaganda em Somos Todos Assassinos não deixa dúvidas disso.

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papéis higiênicos

1985  21 x 25,5 cm // 76 páginas

Cada um dos sete poemas do livro lança mão de um diferente recurso visual, como antigas gravuras e fotomontagens, unificados por uma sólida estrutura formal, naquela que talvez seja a obra mais lírica de Sebastião. O livro foi concebido inicialmente a partir de quatro poemas sobre pessoas aparentemente sem conexão, do poeta Augusto dos Anjos a seu pai Levi Araújo Nunes, "todos figuras patéticas pelas quais sinto forte empatia", que ele intercalou a outras três narrativas "para que não ficassem juntos e se devorassem mutuamente".

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história do brasil

1992  21 x 25,5 cm // 220 páginas

Escrito em vários estilos e línguas diferentes durante dez anos, numa “gigantesca salada de citações, charadas, apropriações, truques verbais, interpolações do real no imaginário e vice-versa”, o livro é composto por uma série de verbetes organizados em ordem alfabética, e não cronológica como normalmente são os livros de História, “porque ficou mais caótico e engraçado, o que era meu objetivo”. Como era de esperar, a maioria das ilustrações não faz a menor alusão ao tema a que se refere. O livro é um de seus mais experimentais trabalhos com texto.

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sacanagem pura

1995  21 x 26 cm // 92 páginas

Lançado numa edição conjunta com a terceira tiragem de Somos Todos Assassinos, o livro de ensaios gira em torno do mesmo tema de seu predecessor, a publicidade. Aqui, porém, a estrutura narrativa criada por Sebastião é outra: anúncios publicitários reais, coletados da revista Veja já com a ideia do livro em mente, funcionam como par narrativo de ensaios nos quais o autor dispara pesada munição sobre um de seus alvos favoritos.

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pseudo mais!

1996  58 x 36 cm // 4 páginas

Na época, o suplemento dominical “Mais!” era o caderno especial da Folha de S.Paulo voltado à cultura. Sebastião criou uma edição idêntica ao original — mesmo nome, papel, formato e diagramação — dedicada a um tema único: Sebastião Nunes. Ou melhor, Sebunes Nastião. “Sempre gostei muito de transformar realidades culturais em irrealidades e vice-versa.”

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decálogo da classe média

1998  28 x 35 x 10 cm // Caixão de madeira contendo impressos diversos

Talvez a mais célebre (e desvairada) loucura de Sebastião, 120 caixões de madeira enviados pelo correio a seus mais fiéis apoiadores, cada um contendo não apenas um livro com as três primeiras leis do referido decálogo, como também um livreto mostrando a sequência visual do cérebro humano devorado por ratos, além de adesivos, postais, cartões de visita e outro punhado de papéis efêmeros feitos para celebrar o enterro simbólico da classe média.

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A exposição 

São Paulo

Em novembro de 2018, durante a Feira Miolo(s) na Biblioteca Mário de Andrade, uma exposição apresentou um pouco sobre Sebastião Nunes e suas obras.

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A exposição 

Belo Horizonte

A mostra também fez parte do evento Onde Está Sebastião Nunes?, realizado no Espaço Cultural Escola de Design - UEMG, na Praça da Liberdade em Belo Horizonte entre 24 de maio de 29 de junho de 2019.

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Sebastião Nunes: Delirante Lucidez

Transmitido ao vivo durante a Feira Miolo(s) 2018, que aconteceu no dia 10 de novembro na Biblioteca Mário de Andrade.

Ouça: Livro apresenta a arte subversiva de Sebastião Nunes

“A arte subversiva do artista gráfico mineiro Sebastião Nunes é o tema do livro Delirante Lucidez, organizado por Gustavo Piqueira e publicado pela Editora Lote 42.”

Coluna “Bibliomania”, da professora Marisa Midori, na Rádio USP no dia 29 de março de 2019.

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